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Sirius Magazine 193
Nesta edição

Sirius Take Off 193

Abril / de 2017

O excelente artigo do Cmdte. Dario Artilheiro, um Aviador Militar e Comercial, publicado na Take Off Sirius N. 192, intitulado “Montijo, ou não Montijo Não é a questão, a questão é: c’est l avie au Portugal...”, leva-nos a uma profunda reflexão sobre a forma de fazer política em Portugal, não apenas no momento presente, mas desde há muitas décadas,

Parece que o meio termo, o equilíbrio, aquilo que pode parecer o mais fácil de alcançar, se afigura como algo fugido ou tangencial, uma vez que parece ser nos extremos que muitos dos nossos políticos encontram forma de articular a política. Esta é uma forma arriscada de “praticar” democracia, pois leva ao fenómeno cada vez mais presente um pouco por todo o mundo dito democrático: crescimento (assustador) de votos entregues nas urnas aos partidos extremistas, quer de direita, quer de esquerda.

Em Portugal, há poucos anos atrás, o extremo foi atingido com as discussões sobre novo Aeroporto Internacional de Lisboa, centradas essencialmente sobre a opção entre a Ota e Alcochete. Fizeram-se todos os estudos que devem ser feitos, mas a discussão tendeu para o infinito e a célebre expressão “jamais” passou a profecia. Em Espanha, Inglaterra, França, Holanda, etc., construíram-se ou ampliaram-se Aeroportos que são autênticas cidades, as pistas cresceram quase exponencialmente, e em Portugal ficamos com fantásticos estudos na gaveta, pensando nós, qual consolo à portuguesa, que ao menos serviriam logo que possível.

Só que, recentemente passou-se dos estudos prolongados e discussões infinitas para o “mandar fazer” com pouco ou nada se estudar, actuando porque uns iluminados dizem que é assim porque assim é. Na sequência de tal, surge então a ideia do “Portela + 1” (até parece matemática, bonito toque...), também conhecido por “Montijo como aeroporto complementar de Lisboa”.

Como se não bastasse, este fenómeno serve genialmente para se tentar encerrar a pista 35/17 de Lisboa, uma vez que a intenção é fazer do Aeroporto Humberto Delgado um “parque de estacionamento de aviões”, pois dizem que há que fazer deste Aeroporto um verdadeiro hub, não obstante o facto de, no que respeita a passageiros em trânsito por Lisboa, que constituem menos de 20% do movimento total do nosso Aeroporto, a capacidade de hub só se deverá esgotar lá para 2030! Fantástico, pois agora pensa-se muito à frente... Mas, como sempre, há que saber ler os estudos e o Aeroporto de Lisboa irá esgotar-se por falta de pistas e de caminhos de saída e acesso a estas, muito antes de se esgotar por outras componentes. Decide-se então o quê Acabar com uma das duas pistas do Aeroporto de Lisboa. Mas não nos assustemos, pois o Montijo será um complemento, com um Rio pelo meio...

Claro que os passageiros que venham lá da Europa, ou do outro lado do mundo, irão escolher o nosso Aeroporto como hub, pois o que mais querem é ter o bilhete de barco incluído na compra do bilhete de avião, algo que irá elevar ao rubro a disposição destes passageiros quando, para além das irregularidades inerentes ao Transporte Aéreo, se depararem com as irregularidades afectas ao Transporte Marítimo!

Na onda do “mandar fazer” porque é assim e porque assim é, surge também a ideia de se encerrar o GPIAA – Gabinete de Prevenção e de Investigação de Acidentes com Aeronaves, sem se acautelar o documento 996/2010. Entrega-se interinamente o destino do GPIAA ao Director do GISAF, que se passou a denominar GPIAAF - Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários, que de questões ferroviárias muito deverá entender, residindo o problema no facto das aeronaves gozarem de maior liberdade de movimento do que os carris proporcionam. Mas o que interessa a regulamentação Europeia, que interessa as qualificações e a experiência aeronáutica do Director interino do GPIAAF, quando se “manda fazer” porque é assim porque assim é

Mas, o que verdadeiramente deve preocupar os Pilotos, no meio de todo este singelo e absoluto “mandar fazer”, é a Segurança de Voo, preocupação esta que aumenta a cada dia, pois entende-se que o Transporte Aéreo em Portugal passou a estar na moda, não obstante a inexistência de uma verdadeira política para esta tão importante actividade, se bem que a política agora usada acaba por não necessitar de uma política pré-concebida, porque, ao que parece, basta “mandar fazer”. Porquê Porque é assim porque assim é!

Cmdte. Miguel Silveira
Presidente da APPLA - Associação Portuguesa dos Pilotos de Linha Aérea
João Costa
Vice-Presidente da APPLA - Associação Portuguesa dos Pilotos de Linha Aérea

Nesta que é a terceira edição do novo projecto que agora junta a Sirius e o Take Off, muitas são as novidades que partilhamos com os nossos Estimados Leitores. A começar pela homenagem a Cristiano Ronaldo, que vê agora o seu nome associado ao Aeroporto da Madeira, o tema em destaque desta edição. Pese embora esta decisão não tenha reunido consensos, pois em termos aeronáuticos o nome do Alferes Lello Portela, por exemplo, faria eventualmente mais sentido, por se tratar de um Homem de excepcional devoção à Pátria, pela qual combateu inclusivamente sob o estatuto de voluntário, tendo sido o último Aviador Português a regressar ao nosso País por altura da Primeira Guerra Mundial. A verdade é que outros valores se ergueram, e o Aeroporto da Madeira é hoje Aeroporto da Madeira – Cristiano Ronaldo, uma opção que entendemos, a bem do turismo da região, e à qual desejamos as melhores venturas, assim como para a infra-estrutura e para a Ilha da Madeira.

Na Sirius Take Off de Março, para além de ficar a par de algumas notícias que marcam a actualidade da Aviação, o Leitor tem ainda a oportunidade de se inteirar dos argumentos, especialmente contra a construção de um Aeroporto para uso Civil, no Montijo, servindo este como complemento ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, parecendo que os considerandos a favor, apresentados essencialmente pelo Governo, já foram largamente expostos.

A não perder temos ainda a excelente reportagem do nosso Colaborador no estrangeiro, Paulo Mata, que nesta edição nos relata, a par e passo, o Exercício Frisian Flag 2017, não faltando as excelentes fotografias, que muitas vezes dizem mais do que mil palavras. Juntam-se a estas reportagens o revelar do primeiro A330 da TAP com cabine renovada, com a explicação das principais diferenças que podem ser encontradas agora a bordo deste avião e dos demais A330 que futuramente serão alvo de modificações semelhantes. Acompanhamos ainda, nesta Sirius Take Off, a proibição que os EUA levantaram aos aparelhos electrónicos nos aviões, com a garantia de mantermos os nossos Leitores informados, nas próximas edições da revista, sobre a evolução desta questão. Para que possa estar sempre a par de todas as novidades em Aviação, acompanhe a Sirius Take Off/Take Off Sirius!

A Profissão de Piloto Comercial é das mais invejadas. Porquês não faltam…

A propósito desta questão poderemos, e até talvez devêssemos, reflectir um pouco nas motivações que terão levado Rute Sousa Vasco e Fernando Neves de Almeida a escrever o livro “A Sorte Dá Muito Trabalho”.

É sobejamente sabido que muitas Pessoas são alvo de inveja, quer por motivos intelectuais, materiais, profissionais, ou outros, e a Classe dos Aviadores, essencialmente da Aviação Comercial, não é imune a este sentimento, que pese embora não seja, felizmente, generalizado, acaba por influenciar, infelizmente, algumas pessoas, notando-se mais quando tal é incutido a quem tem o poder de decidir em determinada esfera. Naturalmente que as consequências advindas de tal não são positivas, nem poderiam, aliás, e têm maior ou menor repercussão consoante o âmbito e a dimensão que alcançam. Escusando-nos a identificar situações, até porque o espaço para tal seria, lamentavelmente, insuficiente, a questão que se coloca é: Por que motivo terão os Pilotos Comerciais tão cobiçada profissão Será pelo facto de não poderem ter planeamentos a longo prazo, já que as escalas das companhias são definidas, regra geral, mensalmente Será antes pelo facto de não poderem gozar do horário noturno, como a maioria dos comuns mortais, para descansar, já que fazem serviços de voo, muitas vezes, nesse período Ou será antes por estarem sujeitos a constantes jet lag, alterações climáticas e de alimentação, entre outros Talvez não seja bem por estes motivos que os Pilotos Comerciais, que têm a nobre Missão de transportar pessoas e bens em segurança de A para B, são alvo de inveja, mas apenas, regra geral, pelo rendimento que auferem mensalmente. Desenganem-se, por isso, os que só tiverem esta questão por base, pois o Estado Português, por exemplo, chega a receber, do rendimento mensal que é pago a muitos Pilotos Comerciais, tanto ou mais do que estes… Não deveria, por isso, tão pouco nobre sentimento ser redireccionado para o Estado, por exemplo Este é um pensamento que Vos deixamos, na expectativa de que resultados positivos dele possam advir.

Ana Arvanas
Directora do Take Off, Administradora da Absoluto Fascínio, Lda.
Guilhermino Pinto
Director de Comunicação do Take Off Sirius
  • Aeronautical English

    How Resources Determine Investment Decisions in Human Factors1

    Airlines remain important to the growth of the global economy and this can be reflected in the amount of revenue the industry generates every year.
    de Miguel Silveira
  • Destaque

    CONSENSOS À PARTE, O AEROPORTO DA MADEIRA É AGORA “AEROPORTO CRISTIANO RONALDO”

    Ao dar o seu nome ao Aeroporto da Madeira, em Santa Catarina, Santa Cruz, Cristiano Ronaldo passou a fazer parte do reduzido leque de desportistas que têm aeroportos com o seu nome, do qual apenas dois, onde se inclui o futebolista da Madeira, são jogadores de futebol.
    de Ana Arvanas
  • Aviação Desportiva

    Skydive Seven

    Tendo como actividades principais o ensino, a práctica e experiências de pára-quedismo, a Skydive Seven existe desde 2014...
    de Guilhermino Pinto
  • Defesa

    Frisian Flag 2017

    É lá também que se realiza, anualmente e há mais de duas décadas, um dos maiores exercícios de caças da Europa, de seu nome Frisian Flag. “Frisian” por se realizar na Frísia e “Flag” remetendo ao americano “Red Flag”, o maior e mais antigo exercício do tipo em todo o mundo.
    de Paulo Mata
  • Aviação

    Emirates investiu 7 milhões de dólares americanos na instalação de equipamento médico a bordo

    Com o crescimento do número de viajantes, aumentou também o número de emergências médicas a bordo. A Emirates, que opera mais de 3 500 voos por semana, e que em 2016 contou com 60 voos desviados dos 194 mil realizados derivado de emergências médicas a bordo, decidiu estabelecer padrões para cuidados médicos a bordo.
    de Inácia do Carmo
  • Aeroportos

    MONTIJO COMO COMPLEMENTO A LISBOA NÃO REÚNE, DEFINITIVAMENTE, CONSENSOS

    Depois de muita tinta já ter sido gasta sobre este assunto, o Montijo continua a não ser a solução perfeita para aumentar a capacidade do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
    de Ana Arvanas
  • Opinião em História

    A PARTICIPAÇÃO DA AERONÁUTICA PORTUGUESA NA I GUERRA MUNDIAL V

    À semelhança do que se passou com Moçambique também para apoiar as operações em Angola, organizou-se uma esquadrilha da Aeronáutica Militar, apesar da altura em que ela se começou a formar as operações militares naquele território já estivessem praticamente terminado.
    de João José Brandão Ferreira
  • Aviação

    Ameaça de bomba origina proibição de aparelhos electrónicos em aviões

    Uma ameaça de uma bomba poderá ter estado na origem da proibição de aparelhos electrónicos em alguns voos.
    de Ana Arvanas
  • Aviação Executiva

    O jacto executivo mais entregue do mundo é, pelo 4º ano consecutivo, o Phenom 300

    Em 2016 a Embraer Aviação Executiva entregou 63 jactos Phenom 300, o que faz com que esta seja, pelo quarto ano consecutivo, a aeronave executiva mais entregue em todo o mundo.
    de Inácia do Carmo
  • Opinião

    CYBERWARFARE O FUTURO É HOJE

    O que é a Cyberwar O Oxford Dictionary define este tipo de guerra como «o uso da tecnologia computacional com a finalidade de perturbar e degradar as atividades de um Estado ou Organização através de ataques deliberados por outro Estado ou Organização aos sistemas de comunicações».
    de Alfredo Cruz
  • Aviação

    JÁ VOA O PRIMEIRO A330 DA TAP COM CABINE RENOVADA

    O primeiro avião de longo curso da TAP Portugal a receber a cabine renovada já está a voar.
    de Guilhermino Pinto